MP3 no Século 21
A bomba atômica que espalhou o MP3 pelo mundo tem nome, e provavelmente ele já pipocou em sua cabeça várias vezes durante a leitura deste artigo. Trata-se do Napster, que até hoje é controverso, mas que foi o programa pioneiro no compartilhamento de música, assim como o primeiro a utilizar de tecnologia P2P (“peer-to-peer” ou “ponto-a-ponto”) para a distribuição e compartilhamento de MP3.
Shawn Fanning, criador do programa, não aguentava mais a dificuldade em encontrar músicas em MP3 e baixá-las. Fez o Napster e distribuiu cópias de teste para seus amigos. Mal sabia Fanning que seus amigos haviam adorado a ideia do programa e também o copiaram para outras pessoas, fazendo com que rapidamente ele estivesse presente nos computadores de milhares de pessoas ao redor do mundo.

Certo dia, estava Lars Ulrich (baterista da banda Metallica) calmo e tranquilo, quando uma notícia por telefone o avisa que a música ainda não lançada “I Disappear” havia vazado e estava sendo baixada através do Napster. Foi aí que o Metallica entrou na liderança de uma briga que envolveria outros artistas e acabaria por fazer com que a rede Napster fosse desligada por força de decisão judicial. A rede Napster teve uma vida curta, iniciando suas atividades em 1999 e encerrando em 2001, depois de perder na justiça.
Em um programa de premiação musical de uma rede de televisão americana, Shawn Fanning foi convidado para apresentar um dos prêmios. Ironicamente, ele apareceu vestindo uma camiseta com o símbolo do Metallica e um boné com o símbolo do Napster. Como a batalha judicial ainda estava acontecendo, a atitude de Fanning arrancou risos da plateia e bufadas de ódio dos músicos do Metallica, que também estavam presentes no evento. |
Depois de toda essa confusão, a empresa Napster foi vendida e até hoje distribui música MP3, porém cobrando por isso, como um serviço de música sob demanda, caminhando por certo tempo na contramão das tendências do compartilhamento de arquivos, que foi ampliado e diversificado. Após a “morte” da rede Napster, várias iniciativas criaram novas redes de compartilhamento, aumentando a gama de arquivos para qualquer um que o usuário quisesse.

Assim, a batalha, que a indústria fonográfica pensou ter ganhado, havia só começado. Cada vez mais redes e mais programas P2P foram lançados, permitindo o compartilhamento de qualquer coisa, mas principalmente de música, softwares e, recentemente, filmes, seriados e vídeos de qualquer natureza. Hoje, qualquer pessoa pode ter um filme inteiro ou uma discografia completa do artista preferido em um aparelho que cabe na palma da mão.
Quer saber quais são os atuais compartilhadores de arquivo mais legais?Clique aqui para ir para o nosso artigo de seleção de programas P2P. |
Mas e o futuro?
Bem, não temos como saber o que acontecerá, mas podemos comentar o que achamos que pode acontecer e as tendências que o mercado está seguindo. Em nosso artigo sobre o MP3HD, falamos sobre a nova proposta de criação de um formato compactado, porém de alta definição. Em relação às tendências e mudanças, o MP3 está se transformando. Hoje, com as conexões à internet ficando cada vez mais baratas e acessíveis, a necessidade de fazer downloads está cada vez menos presente.
Em um futuro não muito distante, não será mais necessário ter suas músicas gravadas no seu disco rígido para que você possa ouvi-las. Bastará que seja feita conexão com os serviços online, como rádios no estilo Last.fm, para que você possa criar sua própria lista de reprodução e ouça sua músicas favoritas sem gastar nada de espaço em disco. Você poderia se perguntar: “mas, e os dispositivos móveis, como players portáteis, celulares e outras tranqueiras tecnológicas que podemos carregar conosco?”. Atualmente, tais equipamentos precisam de memória para armazenar música, mas isso mudará.

A tecnologia 3G está cada vez mais presente no mundo todo e recentemente desembarcou no Brasil. Muitas operadoras de celular já oferecem o serviço e muitos aparelhos com suporte já estão circulando no mercado a preços que caem dia a dia. Daqui a pouco tempo, você terá um dispositivo móvel no bolso, capaz de se conectar à internet via rede celular e reproduzir música sem fazer qualquer tipo de download. Usuários que possuem o iPhone, por exemplo, já podem transitar com seu aparelho assistindo a vídeos do YouTube.
Os usuários estão cada vez mais exigentes quando querem ouvir música enquanto usam o computador. Não é mais suficiente ter um programa capaz de tocar música, pois hoje, além disso, damos valor a outros aspectos, como visual, suporte a outros tipos de mídia, compatibilidade com dispositivos móveis e integração com a web. O Baixaki tem um artigo que faz uma seleção dos melhores tocadores de mídia e jukeboxes. Confira! |
Portanto, o MP3 está convergindo para a internet, e não mais para a casa do usuário, seguindo os milhares de serviços de outras categorias, que já povoam a internet e a cada dia conquistam milhares de novos usuários. Exemplos são o próprio serviço de música online Last.fm, que é um dos maiores, o Yahoo! Music, e o YouTube, que já é capaz de transmitir vídeos em alta definição.
MP3 é uma mentira!
Calma. Não pense que o Baixaki está difamando o coitado do formato. Lembra que mencionamos um palavrão chamado “psicoacústica” em algum lugar lá em cima? Leia abaixo e saiba mais sobre isso e entenda como o MP3 funciona dentro de você. |
Se você acha que pode ser enganado somente por publicidade mentirosa, governos corruptos ou mesmo charlatões com o único propósito de se aproveitar da sua boa vontade, é bom que reveja seus conceitos, pois o maior enganador que passará pela sua vida é o seu próprio cérebro. Desde o momento em que você levanta da cama, até a hora em que dorme novamente, e até mesmo durante o sono, o seu cérebro recebe, processa e interpreta milhões de informações.
Dito isso, devemos lembrar que boa parte dessas informações acaba se perdendo, sendo mal interpretada ou até modificada pelo cérebro. Ou seja, você pode receber a informação X através do seu aparelho auditivo e o seu cérebro estar retornando Y, fazendo com que você acredite ouvir sons que nunca foram produzidos, ou que foram emitidos de forma a enganar propositalmente a sua cabeça. Antes de pensar em processar o seu próprio cérebro por espalhar mentiras, saiba que se ele não fosse um enganador, sua vida não teria a menor graça.
Mas o que isso tem a ver com o MP3? Tudo! Daí o subtítulo que usamos acima. Quando uma música é recodificada e compactada para o formato MP3, o codec analisa todos os sinais do arquivo e tenta “juntar”, ou “ligar”, o máximo de informações que puder, para que o arquivo seja reduzido drasticamente. Como exemplo, pense em uma frase como “O ônibus sairá atrasado”. Repare que, se você falar em voz alta a expressão de exemplo, os começos e fins de palavras serão “grudados”, como se você mudasse a divisão silábica e simplesmente “comesse” as letras que se repetem.
Quando você compacta uma música para o formato MP3, o codificador tenta localizar semelhanças, mas não nas frases cantadas pelo vocalista — até porque existem músicas sem qualquer vocal. O programa conversor fará uma varredura para encontrar frequências parecidas e executará um processo semelhante ao do exemplo do parágrafo anterior, excluindo as frequências repetidas. Seu cérebro receberá o sinal já modificado e não notará que existia algo no meio daquelas “frases”, que não foi “pronunciado”. Portanto, quanto mais MP3 você ouvir, mais crescerá o nariz do seu cérebro.
Engenhocas que gostaríamos de ter
Ouvir música sentado na frente do computador rapidamente perdeu a graça. Hoje, queremos ter nossos artistas prediletos em aparelhos móveis, para ouvirmos enquanto estamos indo para a escola, trabalho, ou mesmo viajando. Nada melhor do que viajar à noite e colocar os fones de ouvido para que o trajeto pareça passar mais rápido. Em 2001, a Apple percebeu que a tendência era que as músicas dos usuários começassem a sair dos PCs e entrar nos bolsos. Surgia então o iPod, um acessório que rapidamente criou novas tendências e hoje é referência quando se fala em tocador de multimídia.
Os modelos do aparelho da Apple variam em tamanho e capacidade de armazenamento, o que pode agradar a todos os tipos de gostos e bolsos. Outras gigantes, como a Philips, também aderiram à moda e lançaram seus próprios aparelhos. Até mesmo as empresas que, no Brasil, costumamos chamar de “genéricas” ou “xing lings”, começaram a distribuir seus populares MP3 players. Algumas até geraram uma grande confusão, pois começaram a nomear os dispositivos dando sequência ao número 3, do MP3.
E falando em Apple, um lançamento recentíssimo da empresa e também muito legal é o novo iPod Shuffle, um minúsculo tocador, capaz de armazenar até 4 GB de música digital. Ele é tão pequeno que, se você não prendê-lo na roupa, a probabilidade de deixá-lo cair ou perdê-lo em algum lugar é grande. |
MP-um-milhão
Hoje, se você procurar bem, poderá encontrar equipamentos com o nome MP10 no mercado. As empresas perceberam que as pessoas estavam chamando os MP3 players simplesmente de MP3 e se aproveitaram disso para criar equipamentos com suporte a televisão, rádio, vídeos, jogos e até algumas inutilidades, para nomear dispositivos. Portanto, cuidado: o formato de música mais utilizado atualmente é o MP3. Ter um player que se chama MP10, não quer dizer que você está pronto para executar o formato MP10, caso um dia ele venha a existir. Clique aqui para ir para o artigo que fala um pouco mais sobre isso.
Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/player-de-audio/2106-a-historia-do-mp3.htm#ixzz2g1p1RlCa